sábado, 27 de agosto de 2011



No quarto domingo de agosto, a Igreja nos apresenta uma reflexão especial sobre a vocação específica do leigo. Leigo é aquele cristão, batizado, consciente da sua vida de fé, que procura testemunhar esta sua fé, no meio de nosso mundo, nas mais variadas circunstâncias da economia, da política, da cultura, da arte e das mais variadas profissões. 
          Como pano de fundo, a liturgia deste domingo nos apresenta a famosa Assembléia de Siquém, quando o jovem líder do povo, substituto de Moisés, chamado Josué, se reuniu com os anciãos, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. Então Josué falou: “Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem vós quereis servir: se aos deuses a quem os vossos pais serviram na Mesopotâmia ou aos deuses dos Amorreus, que habitavam antigamente nestas terras. Quanto à mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Jos 24,15).
           De vez em quando nós precisamos ser desafiados e refazer as nossas opções mais profundas, inclusive no tema da fé. Aqueles homens famosos, convocados para a Assembléia de Siquém, jamais poderiam esperar um desafio destes, ainda mais colocado pelo jovem, que estava assumindo o lugar de Moisés. Mas é claro que todos afirmam a sua fé e assumem com novo entusiasmo, dizendo: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir aos deuses estrangeiros. Porque o Senhor, nosso Deus, ele mesmo é que nos tirou da terra do Egito, da casa da escravidão. Foi ele quem realizou esses grandes prodígios diante de nossos olhos e nos guardou a todos os caminhos por onde peregrinamos. Por tanto, também serviremos ao Senhor, porque Ele é o nosso Deus” (Jos 24,17-18).
          No Evangelho, é Jesus quem desafia os seus apóstolos, na última cena do discurso em torno do pão vivo, que o capítulo seis de São João nos apresenta. Quando se viu que diante da seriedade das palavras de Jesus, e diante da inflexibilidade de seus argumentos, muitos discípulos foram para casa, dizendo que era muito exigente. Então Jesus olhou para os doze e disse: “Vós também vos quereis afastar, ir embora e voltar para atrás”? Então Simão Pedro respondeu: “A quem iremos nós, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente que tu és o santo de Deus” (Jo 6,67-69).
          Diante do desafio, a reação é pronta e firme. Nossos leigos também precisam de um desafio destes. Nós temos muita gente batizada, de primeira comunhão feita, crismados por um bispo e casados pela Igreja, mas de momento vivem afastados da Igreja, dos Sacramentos e da vivência cristã.
          É claro que ninguém vive totalmente sem Deus. Por isso, muitos de nossos leigos, ex-católicos, também já colocaram algo no lugar de Deus. É claro que hoje adoram alguma coisa como se fosse Deus. Em alguns casos é o sítio, em outros é um hobby, é o dinheiro, a poupança, algum investimento. São os temas de conversa, de preocupação, centro do pensamento, principal ocupação nos domingos e nos feriados, no tempo livre e sempre.
          Quem é o Deus de nossos leigos? Onde ele está, de dia e de noite, nos domingos e durante a semana? – O Senhor esteja convosco! - Ele está no meio de nós!
 

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