À tarde da quinta feira santa é celebrado a
instituição da eucaristia. Já no século quinto era também costume que nessa
missa da tarde fossem consagradas as partículas para a comunhão de sexta-feira
santa, dia em que não se celebrava a missa. É também costume antigo que essas
partículas consagradas sejam conservadas num altar bem ornamentado numa capela
lateral. Não menos antigo é o costume de, após essa missa, retirar as toalhas e
outros enfeites do altar. Na Idade Média, era costume lavar o altar com água e
vinho. Ao que parece atualmente essa cerimônia ainda é realizada no altar papal
da Basílica de São Pedro em Roma.Todos nós conhecemos a cerimônia do “Lava-pés”
que se faz na quinta feira santa. Relembra o gesto de Cristo que na última ceia
lavou os pés de seus discípulos. Parece que na igreja primitiva era um gesto
muito comum de caridade lavar os pés dos viajantes, principalmente dos pobres e
pregadores que chegavam a uma casa. No tempo de São Gregório Magno, Papa, (de
590 a 604) era costume que cada dia treze, pobres comessem no palácio papal. Um
cerimonial mandava que neste dia o Papa lavasse os pés desses pobres. Porque
eram treze? Porque hoje em dia ainda, em muitos lugares, são treze as pessoas
cujos pés são lavados? Talvez a explicação esteja no que se conta de São
Gregório. Cada dia ele dava de comer a doze pobres. Um dia, os pobres eram
treze, porque Jesus também tinha aparecido vestido como pobre. Daí em diante os
pobres passaram a ser treze no palácio do papa e na cerimônia do lava-pés, que o
papa fazia. Foi a partir de 694 que a cerimônia do lava-pés passou a ser
obrigatória. A cerimônia do “Lava – pés” é também chamada: “mandato”, ou seja,
mandamento do Senhor, pois conforme o Evangelho de João (13, 14), depois de ter
lavado os pés discípulos disse Jesus: “Se, pois, eu quero sou o Senhor e Mestre
vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros”.
Pe. Inácio Medeiros, CSsRSantuário
Nacional de Aparecida
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