Neste dia
25 de novembro, com a festa de Cristo Rei, termina o atual Ano Litúrgico. E com
o Tempo do Advento, inicia-se o Novo Ano da Igreja.
Com o findar do Ano Litúrgico, a Igreja nos
convida para um momento de reflexão maior quanto à consciência que todos
devemos ter de nosso tempo e vida a caminho do definitivo, a vida eterna.
Através de momentos fortes, como a recordação da morte no dia de finados, a
nossa vocação à santidade celebrada na festa de todos os santos e a festa de
Cristo Rei, a liturgia nos conduz para a consciência que o tempo presente é o
tempo útil a caminho da eternidade. Precisamos tomar consciência que o tempo
presente é o único tempo que possuímos como espaço sagrado que Deus nos dá para
construirmos o Reino de Deus rumo à casa do Pai.
Por vezes, não nos soa bem aos ouvidos e à
mente falarmos em festa de Cristo Rei diante da desvirtuação do exercício do
poder nos tempos em que vivemos. Mas, foi o próprio Cristo que se reconheceu
como o Rei de Israel e da humanidade diante de Pilatos que o questionava: 'Tu
és rei? Sim, Eu o sou'Lc.23,3. 'Só que meu reinado não é deste mundo'.
Sabemos
pela fé, que a autoridade de alguém, sendo Papa ou Rei, bispo, padre,
religioso, pai, mãe, patrão ou operário, tem origem divina. Foi Jesus quem
disse que toda autoridade provém de seu Pai. Ninguém a teria se não lhe fosse
concedida do alto. A partir de Cristo, a autoridade não é poder, mas é um bem a
serviço dos irmãos, particularmente dos mais pequeninos. São Paulo em sua carta
aos Filipenses, ensina: 'Sendo Cristo de condição divina, não se prevaleceu de
sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de
escravo tornando-se em tudo semelhante aos homens e uma vez feito homem se
humilhou até a morte e morte de cruz'.Fp.2,5-8.
Cristo ao
nos falar e convidar para seu reinado colocou uma única exigência: Amar o Pai
como Ele O amou sendo em tudo fiel a Seus mandamentos e amarmo-nos mutuamente
como Ele nos amou Jô.17-9-17. Cristo, ao colocar esta exigência como condição
para os que desejam participar de seu reinado, Ele próprio dá o exemplo. Sendo
Jesus, o Filho de Deus, desnudou-se de seu poder e vestes, toma de uma bacia lava,
enxuga e beija os pés de seus discípulos. Após este gesto, Jesus se levanta e
ensina com autoridade: 'Vós me chamais vosso Mestre e Senhor e dizeis bem,
porque Eu o sou. Logo se Eu vosso Senhor e Mestre vos laveis os pés, também vós
deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos
fiz, assim façais também vós. O servo não é maior que o seu Senhor, nem o
enviado maior daquele que o enviou. Se compreenderdes estas coisas, sereis
felizes, sob a condição de as praticardes' Jô.13-12-17. É e será sempre nesta
direção e dimensão que o reinado de Cristo deve ser compreendido e acima de
tudo vivido.
CRISTO VENCE, CRISTO REINA, CRISTO IMPERA!